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Revolução elétrica e autônoma está prestes a chegar a alto-mar

14 de Junho de 2017

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Não é apenas nos laboratórios do Google que a revolução no transporte elétrico e sem motorista ganha ritmo: uma empresa de navegação norueguesa busca a capacidade de entregar carregamentos pelo mar por meio de navios não tripulados a partir de 2020.

O YARA Birkeland, totalmente elétrico e com emissão zero, zarpará no ano que vem na Europa, informou a Yara International, que tem sede em Oslo, em um comunicado, no sábado. Em 2019, a embarcação será capaz de operar por meio de controle remoto e no início da próxima década funcionará de forma totalmente automatizada.

O navio porta-contêineres, que está sendo construído pela Kongsberg Gruppen, transportará fertilizante.

Uma inovação da Yara poderia ter implicações de grandes proporções na indústria marítima, que historicamente consome os combustíveis mais sujos disponibilizados pelas refinarias. Em terra, as fabricantes de veículos estão ampliando seus esforços para desenvolver veículos sem motorista juntamente com a eletrificação.

A Ford Motor, a Bayerische Motoren Werke e a Volkswagen disseram ter o objetivo de desenvolver carros sem motoristas até o início da década de 2020, enquanto a Alphabet, empresa controladora do Google, já está testando a tecnologia.

A Yara usa mais de 100 viagens de caminhões a diesel por dia para transportar produtos de sua fábrica em Porsgrunn, na Noruega, para os portos locais de Brevik e Larvik, de onde são enviados a clientes de todo o mundo, disse Svein Tore Holsether, CEO da Yara.

A Yara estima que o novo navio reduzirá o transporte rodoviário por caminhão em 40 mil viagens ao ano, embora as viagens em questão — entre portos noruegueses — representem uma fração daquelas realizadas pela indústria da navegação internacional convencional.

Apesar de as rotas de navegação terem menos trânsito do que as estradas terrestres, o comércio marítimo ainda vem com suas próprias complicações que oferecerão desafios para a automação. Entre elas, as fortes correntes oceânicas, o mau tempo e — em algumas partes do mundo — a pirataria.

A nova embarcação permitirá à Kongsberg testar novas tecnologias que poderiam vir a reduzir a poluição na indústria da navegação, que responde por cerca de 2,3 por cento das emissões globais. A Organização Marítima Internacional planeja lançar um plano inicial no ano que vem para reduzir os gases causadores do efeito estufa, uma vez que o setor não está incluído no histórico Acordo de Paris sobre mudanças climáticas

(Fonte: Bloomberg - 13/06/17)

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