29 de Março de 2018
Notícias
Oficialmente a safra canavieira 2018/19 da região Centro-Sul terá início em 1º de abril, muitas unidades já começaram a moagem, mas é em abril que a lista de usinas em colheita engrossa. E muitas delas já sabem que terão menos cana que sua capacidade de moagem.
É o caso da Renuka do Brasil, que não conta com cana suficiente para operar suas duas usinas Revati, no município de Brejo Alegre e Madhuem Promissão, ambas no interior paulista, que possuem capacidade combinada para processar cerca de 10 milhões de toneladas de cana por temporada.
A falta de cana deve-se a situação crítica da Renuka do Brasil que entrou em recuperação judicial em outubro de 2015 e, neste processo, tentou leiloar no início de 2017 uma de suas usinas, a Madhu. Mas o BNDES pediu a suspensão do certame, algo que voltou a ocorrer em setembro, com a Revati.
Sem recursos, os investimentos no campo foram reduzidos drasticamente. E por falta de pagamento, a empresa também vem perdendo seus fornecedores de cana, na medida que os contratos vencem, procuram outras unidades para fornecer a cana, ou optam pela produção de grãos ou pecuária.
Outro exemplo de usina que terá a indústria ociosa é a São Fernando, localizada em Dourados, MS – pertencente à massa falida que era da família de José Carlos Bumlai, implicado na Lava Jato. A São Fernando já passou, em 2017, por uma tentativa de leilão sem sucesso e em 22 de fevereiro foi a leilão novamente. Até o momento, nada foi decidido. Enquanto isso, os canaviais se degradam.
Infelizmente, unidades com menos cana do que sua capacidade de moagem será uma constante ainda nesta safra, pois, segundo levantamento da RPA Consultoria, há 52 unidades em recuperação judicial e 27 em falência, dentro de um universo de 444 plantas no Brasil. Além disso, estudos apontam que o endividamento é muito alto em mais de 200 dessas usinas.
Fonte: CanaOnline – 29/03/2018
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