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Safra de cana faz preços de etanol e gasolina caírem

05 de Abril de 2017

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Nos últimos 30 dias, o preço médio da gasolina em Belo Horizonte ficou R$ 0,09 mais barato, uma queda de 2,45%. O etanol caiu 6%. Mesmo assim, ainda não rompeu a barreira dos 70% do preço da gasolina, que torna o combustível mais vantajoso. Mas tem caminhado para isso. A relação, que há quatro semanas estava em 77%, agora está em 74%, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O preço médio, segundo a ANP, é de R$ 3,58 na capital mineira. Mas alguns postos já estão cobrando R$ 3,44, como no corredor da Via Expressa, conhecido por praticar preços menores do que a média da capital.

Segundo o diretor do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo (Minaspetro), Bráulio Chaves, foi exatamente a queda do preço do etanol que fez a gasolina – que tem 27% de etanol na sua mistura – ficar mais barata. “Estamos no começo da safra da cana-de-açúcar, o que aumenta a oferta de etanol e reduz os preços. Além disso, o volume de etanol impostado dos Estados Unidos tem crescido muito, fazendo a oferta ficar ainda maior”, explica Chaves.

O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) Mário Campos afirma que a redução dos preços pagos ao produtor vem acontecendo desde o início de 2017. “Mas o repasse para as bombas poderia ter sido maior”, afirma.

Campos ressalta que, em janeiro, o litro estava sendo vendido entre R$ 1,90 a R$ 2. Agora, está sendo comercializado por R$ 1,48. Ou seja, uma queda de aproximadamente 30%. Já nos postos, a redução foi de 16%. O etanol começou janeiro custando R$ 2,88 e agora está sendo vendido em média por R$ 2,66.

“Se todas as reduções já tivessem sido repassadas para o consumidor, com certeza o etanol já custaria menos de 70% do preço da gasolina”, afirma Campos, que defende maior regulação do governo nas importações. “Não queremos impedir que a importação de etanol aconteça, mas, se tiver que entrar, que tenha um imposto”, considera. A alíquota defendida pelo setor é de 16%. Até 2011, o álcool importado pagava uma tarifa de 20%.

Só em janeiro e fevereiro deste ano, entraram 429,8 milhões de litros de etanol estrangeiro no Brasil, que gastou US$ 215,48 milhões. O volume comprado é 596% maior do que o registrado no primeiro bimestre de 2016. Já em valores, as compras cresceram 678% em um único ano. Os dados são do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Segundo Campos, além do impacto econômico ao setor nacional da cana-de-açúcar, o etanol de milho é mais prejudicial ao meio ambiente.

Em janeiro e fevereiro deste ano cada litro de etanol de milho entrou no Brasil por US$ 0,50 (R$ 1,58). Atualmente, o produtor nacional tem recebido R$ 1,48.

(Fonte: O Tempo – 05/04)

 

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