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Saída dos EUA pode elevar clima 0,3 grau

05 de Junho de 2017

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A saída dos Estados Unidos do acordo global do clima de Paris pode causar uma elevação de 0,3 grau Celsius nas temperaturas mundiais até o fim do século, no pior dos casos, afirmou na sexta-feira uma autoridade da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Deon Terblanche, diretor de Departamento de Pesquisa Atmosférica e Ambiental da OMM, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), frisou que o dado é uma estimativa, uma vez que não foi realizado ainda nenhum modelo climático para medir o impacto da decisão anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quinta-feira.

“Isto é 0,3 grau adicional no aquecimento, devido à saída dos EUA”, reforçou Terblanche em um boletim periódico em Genebra. “Esse é o pior cenário, e provavelmente não é o que vai acontecer”.

O Acordo de Paris, assinado por quase 200 países em 2015, foi concebido para limitar o aquecimento global a 2 graus ou menos até 2100, principalmente por meio de metas de corte de dióxido de carbono e outras emissões da queima de combustíveis fósseis.

A ONU descreveu a decisão de Trump como “uma grande decepção para os esforços globais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e incentivar a segurança global”.

Indagado se Trump está certo ao dizer que os EUA continuarão a ser o país com a melhor postura ambiental do mundo, Terblanche respondeu que o anúncio do presidente foi complexo e que exigirá algum tempo para ser analisado.

 “Em nível pessoal, estamos preocupados. Como organização, provavelmente, não estamos tão preocupados assim”, considerou Terblanche.

Economia - Trump argumentou que o rompimento dos EUA faz sentido do ponto de vista econômico e que terá um impacto mínimo no meio ambiente, mas não negou explicitamente que as emissões de carbono geradas pelas atividades humanas estão causando a mudança climática.

“Dentro do governo Trump, obviamente, há membros de destaque que disseram muito abertamente que a mudança climática é real, está acontecendo e é um grande problema que não vai desaparecer se o ignorarmos”, ponderou a porta-voz da OMM, Clare Nullis.

“Temos interações diárias com cientistas dos EUA, trabalhamos muito, muito de perto com eles em todos os níveis. Eles são alguns dos cientistas mais destacados do mundo. Agora, mais do que nunca, é vital que a ciência contribua para a tomada de decisões”, acrescentou.

Obama também afirmou que, mesmo na ausência da liderança americana, ele se sente confiante de que “nossos estados, cidades e empresas intensificarão e farão ainda mais para liderar o caminho e ajudar a proteger as gerações futuras do planeta que temos”.

(Fonte: Diário do Comércio – 05/06/17)

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