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Setor sucroenergético coloca 8 cidades da região de Ribeirão Preto entre as que mais geram empregos no país

22 de Junho de 2017

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Com saldo de 6.247 vagas de trabalho abertas, Franca (SP) é a cidade brasileira que mais gerou empregos formais nos cinco primeiros meses do ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregos (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Atrás dela, outros sete municípios da região de Ribeirão Preto (SP) também figuram no ranking dos 50 que mais abriram vagas em todo o país: resultado atribuído, principalmente, às contratações no setor sucroenergético.

A única exceção da lista é Bebedouro (SP), onde a cana-de-açúcar divide espaço com a citricultura. Entre janeiro e maio, a cidade gerou 2,6 mil vagas, enquanto no mesmo período do ano passado registrava o fechamento de 3,6 mil postos de trabalho.

"Eu vejo uma recuperação muito lenta da economia, que parte das cidades industriais. Quando a indústria começa a contratar, você percebe a recuperação da economia de fato. A indústria contrata porque existe escassez de matéria-prima no ponto de venda, e existe um pedido", diz o economista e administrador financeiro Donizeti Tridico.

A explicação pode ser verificada nos números de Franca: sozinha, a indústria calçadista gerou 5.149 vagas de trabalho, o que representa 82% do total no período. O setor de serviços aparece em segundo lugar, com saldo de 857 contratações formais.

"O setor de serviços registrou uma queda muito forte nos anos de 2015 e 2016. Com a recuperação tímida do poder de compra - ele não voltou ao nível que estava, mas começa a dar um fôlego - o setor de serviços apresenta melhora, uma melhora cautelosa, ainda", diz.

Apesar de ter fechado 249 vagas entre janeiro e maio, o comércio também se recupera. Isso porque, o setor encerrou os cinco primeiros meses do ano passado com resultado ainda pior: 599 vagas de trabalho a menos.

"A gente percebe uma estagnação no preço dos alimentos, dos aluguéis. Com isso, começa a sobrar um dinheirinho e a população parte para outras formas de consumo. A queda no dólar diminuiu a entrada do calçado chinês no Brasil e tudo isso favorece Franca nesse momento", completa o economista

Setor sucroenergético

Impulsionadas pelo setor sucroenergético, Pontal (SP), Vista Alegre do Alto (SP), Colômbia (SP), Guaíra (SP), Luiz Antônio (SP) e Pitangueiras (SP) também estão entre as cidades que mais geraram empregos no país de janeiro a maio desse ano.

Todos esses municípios tem em comum o fato de sediarem usinas de açúcar e etanol, assim como abrigarem extensas plantações de cana-de-açúcar. A indústria e a agropecuária foram, justamente, os setores que mais contrataram nessas regiões.

"De forma geral, o setor ainda está em uma situação difícil, muitas empresas endividadas, mas, está um pouco melhor em termos de receita do que há dois anos. Isso dá um pouco de fôlego aos municípios que dependem do setor sucroalcooleiro", diz o economista Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia e Administração de Empresas de Ribeirão (FEA/USP).

Em Luiz Antônio, por exemplo, o saldo de vagas nos cinco primeiros meses do ano foi de 1.423, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2016, quando foram gerados 604 postos de trabalho - a agropecuária é a principal responsável pelas contratações no município.

Por outro lado, Guaíra e Pitangueiras recuaram na geração de empregos. Na primeira cidade, o saldo até maio foi de 1.1612 vagas abertas, contra 1.951 no ano passado - queda de 17%. Já em Pitangueiras, o saldo de contratações passou de 1.523 para 1.164 - queda de 23%.

Nakabashi destaca que, nos últimos dois anos, a proporção de produção de açúcar aumentou em relação ao etanol. Por isso, com a tendência de queda no preço, a partir da sinalização de excesso de açúcar no mercado internacional, as usinas podem ser afetadas.

"O que preocupa é a questão de que muitas empresas ainda enfrentam situação financeira difícil. Provavelmente, ainda vai haver falências no setor. Eu não vejo uma grande melhora, mas uma situação melhor do que há alguns anos", completa.

(Fonte: Portal G1 – 22/06/17)

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