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Teste com caminhão elétrico da Volks revela nova vocação brasileira

26 de Outubro de 2017

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Enquanto os europeus tornam-se cada vez mais notáveis pelo desenvolvimento de automóveis elétricos, os brasileiros começam a perceber que têm uma grande oportunidade de se destacar em projetos de caminhões e ônibus elétricos.

Para WEG e Eletra, empresas brasileiras envolvidas nessa evolução, o Brasil tem conhecimento e talento suficientes para criar um polo de produção e de exportação de veículos de transporte de carga e de passageiros movidos a eletricidade.

Se isso acontecer será a primeira vez que empresas nacionais terão forte atuação no desenvolvimento de um veículo, uma aptidão que historicamente ficava nas mãos das multinacionais.

Com sedes em Jaraguá do Sul (SC) e São Bernardo do Campo (SP), respectivamente, WEG e Eletra foram procuradas há pouco mais de um ano pela direção da montadora alemã MAN. Ambas concordaram em formar uma parceria para desenvolver um projeto de um caminhão de entregas urbanas elétrico.

O resultado – um modelo Volkswagen com capacidade para até 11 toneladas de carga e voltado a entregas urbanas – foi exibido numa atmosfera festiva há 15 dias num evento de inovação em Hamburgo, na Alemanha, e na semana passada em São Paulo, na Fenatran, a maior feira de transportes da América Latina.

Antes de iniciar a produção desse tipo de veículo para comercialização, a MAN planeja entregar dez unidades do modelo a transportares para testes durante dois anos nas ruas do país.

Em São Bernardo do Campo, a MAN foi buscar a expertise de uma empresa que há quase 30 anos produz trólebus. A Eletra é a maior fabricante de ônibus movidos por energia transmitida por cabos aéreos. Somente para a cidade de São Paulo nos últimos quatro anos a empresa forneceu 220 unidades.

Em Jaraguá do Sul, a montadora aproximou-se de uma das maiores produtoras de motores elétricos do mundo. Fundada no início dos anos 60, a WEG exporta há mais de 40 anos e até produz em outras partes do mundo. “Fomos buscar o que há de melhor no nosso mercado”, afirma o presidente da MAN na América Latina, Roberto Cortes.

Na costa brasileira, barcos com motor elétrico da WEG servem de apoio às plataformas de petróleo

“O Brasil pode ser um grande exportador de caminhões e ônibus elétricos”, afirma o diretor superintendente da WEG Automação, Manfred Peter Johann. A extensão territorial e o uso de rodovias como principal meio de transporte de carga no país favorecem essa vocação. Para Johann, o mesmo não acontece na Europa, que tradicionalmente faz das ferrovias um dos principais meios de transporte de carga.

Esta não é a primeira experiência da empresa catarinense na área de mobilidade. Há cerca de cinco anos, a WEG experimentou um projeto de caminhão elétrico que não foi adiante. Há mais tempo, em 2003, no entanto, numa iniciativa bem-sucedida, a empresa de motores elétricos participou da reforma de 23 locomotivas que a Vale usa para transportar minério de ferro.

Há pouco tempo, a WEG entrou na área naval. Já vendeu motores para 120 barcos movidos a eletricidade usados como apoio nas plataformas de petróleo.

(Fonte: Valor Econômico - 25/10/17)

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