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Transição energética exigirá convivência com a gasolina na próxima década, afirma Evandro Gussi

21 de Fevereiro de 2020

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A transição energética no setor automotivo vai demandar a convivência com a gasolina e o diesel no Brasil, pelo menos pelos próximos 10 anos. Avaliação do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi.

De acordo com Gussi, o debate recente acerca da proibição de venda de veículos a combustíveis fósseis que envolveu a aprovação do projeto de lei 304/2017, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, pegou de surpresa a associação, mas serve de alerta ao setor de combustíveis sobre a urgência de envolver o tema das emissões nas projeções futuras da indústria.

“Existe uma preocupação global com a necessidade de redução de emissões, mas o que há de defensável na gasolina brasileira é sua composição com o etanol. A gasolina brasileira só para de pé porque ela tem 27% de etanol, que a faz mais limpa em relação a outras gasolinas mundo afora”, afirma.

Atualmente, o etanol não é capaz de suprir toda a demanda nacional, substituindo a gasolina. O setor sucroenergético produziu 32 bilhões de litros de etanol em 2019. E a Unica prevê que a aplicação do RenovaBio vá garantir uma produção anual do setor de 50 bilhões de litros em 2030, o que ainda não será suficiente para deslocar por completo a demanda por gasolina.

Todas as usinas associadas à Unica aderiram ao RenovaBio e estão certificadas ou em processo de certificação, o que deve ser concluído ainda em 2020, nas estimativas da associação. São mais de 230 usinas de etanol e biodiesel com processo aberto junto à ANP.

De acordo com dados divulgados pela ANP nesta semana, o consumo de gasolina tipo C no país, em 2019, foi de 38,2 bilhões de litros, uma queda de 0,56% sobre os 38,3 bilhões de litros consumidos no ano anterior. Já o consumo de etanol foi de 22,5 bilhões de litros, alta de 16,2% sobre os 19,3 bilhões de litros do ano passado.

 

Fonte: EPBR – 20-02

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