19 de Julho de 2018
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O emprego de ferrovias para movimentar produtos no Porto de Paranaguá, no Paraná, movimentou 4,8 milhões de toneladas nos seis primeiros meses deste ano.
O volume representa a maior marca dos últimos seis anos no cais paranaense.
Com 40%, o açúcar lidera o ranking de produtos movimentados em Paranaguá que são transportados via férrea. Depois vêm a soja (23%), milho (11%), contêineres (9%), além de farelos (7%), derivados de petróleo (6%) e fertilizantes (3%), entre outros.
As informações são da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).
A expectativa é de que a movimentação por trens no cais cresça ainda mais.
No mês de maio o desembarque por trem registrou recordes históricos: foram descarregadas no Porto de Paranaguá 1,014 milhão de toneladas de produtos via ferrovia, o que representa 28,1% da movimentação total.
O número representa a melhor marca registrada desde janeiro de 2011. Já no mês de junho, chegaram até Paranaguá por trem 1.012.224 de toneladas de produtos.
A integração entre porto e ferrovia é fundamental para garantir a competitividade aos clientes do Porto de Paranaguá, bem como maior eficiência nas operações, explica Lourenço Fregonese, diretor-presidente da Appa. “Os trens oferecem regularidade no fluxo operacional e segurança no transporte”, destaca.
Potencial ferroviário
Para que se tenha uma ideia dos impactos positivos do modal ferroviário, um vagão consegue transportar 45 toneladas de produtos, ou seja, 5 toneladas a mais do que o modal rodoviário. Além disso, são necessários 1.500 vagões para carregar um navio. Já o número de caminhões para carregar a mesma quantidade é de 1.800 veículos.
O Grupo Interalli, responsável pela unidade da Companhia Brasileira de Logística (CBL), apostou no modal ferroviário para a movimentação de líquidos. O novo terminal da CBL, que iniciou suas operações no mês de junho e é considerado o terminal de líquidos mais automatizado do país, conta com quatro plataformas rodoferroviárias e um sistema capaz de operar 32 vagões simultaneamente.
“Hoje temos uma das maiores capacidades para movimentação ferroviária de Paranaguá. Ao todo, são 16 pontos de operação que, juntos, possibilitam o recebimento e expedição de 960 metros cúbicos de produto por hora”, conta Fabrício Slavieiro Fumagalli, diretor da CBL.
O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) é líder no mercado brasileiro no modal: todos os meses, 6 mil contêineres chegam pela ferrovia. O terminal é o único do país com conexão ferroviária direta e 15% de toda carga movimentada chega por trilhos.
A razão para a escolha considera que, em Paranaguá, o trem consegue encostar muito próximo dos navios e também da área retro portuária, onde os produtos são armazenados e estocados.
O diretor comercial da TCP, Alexandre Rúbio, ressalta que – mesmo para clientes com base fora do Paraná – a operação logística por meio da ferrovia é a melhor opção, pois na soma dos custos logísticos com o transporte da carga, o valor pode ficar de 10% a 20% menor pela ferrovia.
“Outra vantagem é que o modal não sofre variação de preço, ao contrário do modal rodoviário que tem o valor do frete alterado de acordo com a quantidade de produto que está sendo comercializado no país. Em época de safra, por exemplo, existe escassez de caminhão para o transporte da carga já que as transportadoras optam por encaminhar seus veículos para as regiões onde as produções são maiores. Isso torna o modal mais caro”, diz.
Capacidade
De acordo com o diretor de Operações da Appa, Luiz Teixeira Júnior, a capacidade do Porto é para descarga férrea de 32 milhões de toneladas/ano, o que equivale a 1785 vagões por dia ou 89.250 toneladas/dia. “Atualmente Paranaguá conta com 70 quilômetros de linhas férreas, sendo 7,5 quilômetros instalados no Corredor de Exportação do Porto”, informa.
Fonte: Jornal Cana – 18/07/2018
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