Notícias

Um perigo dormente nos canaviais

24 de Outubro de 2017

Notícias

Os canaviais brasileiros possuem um monstro adormecido em seus solos. Sementes viáveis de plantas daninhas em estado de dormência, prontas para eclodir ao menor sinal de estímulo, vindo a substituir àquelas que, com grande esforço, foram eliminadas pelas equipes de tratos culturais das usinas.

Alguns pesquisadores estimam que a quantidade de sementes enterradas na camada arável do solo em diferentes ecossistemas e localidades pode variar de 2.000 até 70.000 sementes por metro quadrado.

Muito disso se deve a elevada capacidade reprodutiva de algumas plantas daninhas, como serralha (400.000 sementes/planta), maria pretinha (178.000 sementes/planta), caruru (120.000 sementes/planta), beldroega (53.000 sementes/planta) e mentrasto (40.000 sementes/planta).

Além da alta capacidade de produção de sementes, outros fatores também agem como preponderantes para o enriquecimento de um banco de sementes. Hidrocoria (disseminação pela água), anemocoria (disseminação pelo vento) e zoocoria (disseminação pelos animais) estão entre os principais.

Entretanto, o maior agente dispersor de sementes é o homem, através do uso de implementos e/ou máquinas agrícolas que não foram adequadamente limpas e que podem levar sementes de áreas infestadas para limpas.

Já a longevidade dessas sementes no solo é variável em função da espécie, da profundidade de enterrio, do tipo de solo e das condições climáticas.

De maneira geral, as espécies podem ser classificadas de acordo com a longevidade em: microbióticas (longevidade menor que três anos), mesobióticas (longevidade entre três e dez anos) e macrobióticas (longevidade maior que dez anos). Entre as mais longevas, pode-se destacar a caruru gigante (40 anos viáveis no solo) e a ambrosia (39 anos viáveis no solo).

Juntas, estas características são responsáveis por gerar grandes bancos de sementes no solo, que podem ser considerados como o principal fator limitante para a erradicação completa das ervas invasoras dos canaviais.

(Fonte: CanaOnline – 23/10/17)

Veja também