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Unica defende maior presença da biomassa na matriz energética mundial

07 de Fevereiro de 2017

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Aumentar a produção de biocombustíveis e eletricidade a partir da biomassa encontrada no bagaço de cana, lenha, carvão vegetal e dejetos de animais é uma das estratégias mais eficazes para o combate ao aquecimento global e para que os países signatários do Acordo do Clima alcancem suas metas de desenvolvimento sustentável.

O enorme potencial de redução das emissões de CO2 com o uso de energias renováveis geradas de matérias-primas orgânicas foi tema da 5ª edição do “Central European Biomass Conference”, evento que reuniu mais de 1000 pessoas provenientes de 40 nações entre os dias 18 e 20 de janeiro, em Graz, Áustria.

 A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) marcou presença no encontro por meio de uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), cujo objetivo é promover a imagem do etanol e demais produtos sucroenergéticos no exterior.

No primeiro dia da Conferência, chamado “World Bioenergy Day”, a assessora sênior da presidência para Assuntos Internacionais da Unica, Géraldine Kutas, participou do painel “Biomass as Export Fuel”, no qual apresentou os benefícios ambientais e socioeconômicos advindos da biomassa da cana no Brasil.

 “As bioenergias obtidas da biomassa representam 25,6% da matriz energética brasileira. A cana contribui com 17,6% deste total, enquanto que os 8% restantes vêm da lenha e carvão vegetal. Há décadas a produção e uso de etanol e bioeletricidade impulsiona o desenvolvimento socioeconômico e ambiental no País. Graças a estes dois derivados, o Brasil tem uma das frotas automotivas mais sustentáveis do mundo com reduções significativas nas emissões de CO2 no segmento de transporte e também no elétrico”, explica a executiva.

Em sua apresentação, Géraldine destacou o sucesso da utilização em larga escala do combustível sucroenergético em mais de 25 milhões de veículos de passeio no Brasil, onde o motorista tem a opção de abastecer o tanque com 100% de etanol hidratado ou gasolina contendo até 27% de biocombustível misturado.

 No caso da bioeletricidade produzida a partir da biomassa em geral, o último levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registra que, de janeiro a dezembro de 2016, foram gerados para o Sistema Interligado quase 24 mil GWh, o suficiente para abastecer anualmente 12,3 milhões de residências, evitando a emissão de 10,2 milhões de toneladas de CO2. Para efeito comparativo, a marca equivale ao cultivo de 71 milhões de árvores nativas ao longo de 20 anos.

Encerrando a sua participação na Conferência, a assessora internacional da Unica ressaltou outras inovações tecnológicas criadas a partir da cana e da importância de iniciativas que garantam a expansão da produção de biocombustíveis no Brasil e no mundo. “A expertise do setor sucroenergético brasileiro ampliou a gama de produtos para muito além do etanol e da bioeletricidade.

 Hoje, a biomassa e resíduos da produção canavieira podem ser convertidos em bioplástico, bioquerosene para aviação, diesel renovável e biogás. E este potencial poderá ser ainda mais explorado no transcorrer de programas como a Plataforma do Biofuturo, no nível internacional, e o RenovaBio, no mercado doméstico”, conclui Géraldine.

Além da representante da Unica, participaram do painel executivos de associações de biomassa do Canadá, Letônia, Singapura e da empresa americana Enviva, uma das maiores produtoras de pellets de madeira do mundo; Gordon Murray, Didzis Palejs, Saku Rantanen e Ben Moxham, respectivamente.

Durante a Conferência, oito entidades ligadas à indústria de biomassa europeia assinaram a “Declaração de Graz”, um documento com uma série de diretrizes para o desenvolvimento do mercado de pellets e demais bioenergia na Europa até 2030.

(Fonte:  Unica-SP – 6/2)

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