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Usinas de açúcar da Índia devem US$ 2,8 bi a produtores de cana, diz Isma

05 de Fevereiro de 2019

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Usinas de açúcar da Índia devem 200 bilhões de rúpias (2,8 bilhões de dólares) aos produtores de cana do país, segundo maior produtor mundial do adoçante, conforme os preços da commodity refinada caíram abaixo do custo de produção, de acordo com informações divulgadas por um grupo da indústria nesta segunda-feira.

Produtores dos estados-chave em produção de cana protestam contra o atraso dos pagamentos pelas usinas, o que pode forçar o governo a fornecer mais incentivos à indústria, antes das eleições gerais marcadas para maio.

A Índia, também maior consumidora de açúcar do mundo, vem buscando encorajar suas usinas em crise a exportar seus excessos do produto já refinado, mas os envios atrasaram por conta do declínio nos preços globais, pressionando ainda mais o mercado do país asiático.

“Os preços de açúcar nas usinas de todo o país estão em torno de 29 a 30 rúpias por quilo, cerca de 5 a 6 rúpias abaixo do custo de produção”, afirmou a Associação Indiana de Usinas de Açúcar (Isma, na sigla em inglês) nesta segunda-feira.

As usinas não podem pagar os produtores imediatamente, a não ser que os preços se recuperem, disse a associação.

Em julho, a Índia elevou o preço mandatório de cana a ser pago pelas usinas aos produtores em 8 por cento para o ano comercial de 2018/19, que começou em 1º de outubro, mas nos últimos meses os preços de açúcar refinado caíram devido à ampla oferta.

O preço mínimo de venda do açúcar precisa ser elevado de 29 rúpias por quilo para 35 a 36 rúpias para que as usinas garantam a recuperação de seus custos, segundo a associação.

As usinas indianas produziram, até agora, 18,52 milhões de toneladas de açúcar no atual ano comercial, crescimento de mais de 8 por cento ante o ano anterior, ainda de acordo com a associação.

A Isma aponta que no ano corrente o país deve produzir 30,7 milhões de toneladas de açúcar, queda em relação aos 32,5 milhões de toneladas de 2017/18, em decorrência do menor rendimento da cana e da utilização desta em produção de etanol.

A demanda de açúcar da Índia gira em torno de 26 milhões de toneladas, e o governo estabeleceu a meta de exportação em 5 milhões de toneladas, além de fornecer incentivos para as vendas externas.

Entretanto, “as exportações de açúcar também não estão ocorrendo no ritmo desejado. Várias das usinas ou não estão dispostas a exportar açúcar ante as cotas estipuladas, ou não acreditam ser viável fazê-lo”, disse o grupo.

Reuters - 05/02/2019

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