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VBP da agropecuária mineira deve cair, mas cana pode ter alta de 5,9%

15 de Março de 2017

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A queda na produção de café, em função do período de safra baixa, interferiu de forma negativa na composição do Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária de Minas Gerais. Porém, a cana de açúcar contribuiu para reduzir a queda, com um aumento estimado no VBP de 5,95%.

 

De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), com base nos dados de fevereiro, a previsão é que o VBP da agropecuária recue 4,9% em 2017 atingindo R$ 57,7 bilhões. No período, o VBP da agricultura deve recuar 8,2%, enquanto a pecuária pode crescer 1,6%.


O superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, explica que o café, por ser o principal produto do setor agropecuário, tem grande peso na composição do VBP, o que contribuiu para a retração dos resultados. Apesar da queda, o VBP de Minas Gerais deste ano será o segundo maior da série histórica desde 2008.

A estimativa é que o VBP das lavouras encerre 2017 em R$ 37,1 bilhões, retração de 8,2%. No setor de café, a queda esperada no VBP é de 14,9%, com a produção avaliada em R$ 13,2 bilhões. A retração se deve à expectativa de baixa produção já que no ano passado a safra de café atingiu o volume recorde de 30,7 milhões de sacas. Para este período produtivo, a produção deve variar entre 25,39 milhões e 26,81 milhões de sacas de 60 quilos.


“O resultado negativo já era esperado. Após uma safra recorde de café em 2016, a previsão é que o volume recue e esta menor produção interfere na composição do VBP do Estado. O café responde por 35,6% do VBP das lavouras do Estado”, disse Albanez.

Segundo maior produto agrícola de Minas, a cana-de-açúcar teve o VBP estimado em R$ 5,43 bilhões, um aumento de 5,9%. A demanda em alta e os preços valorizados do açúcar justificam o avanço nos resultados.


Já a soja, que ocupa a terceira posição dentre os produtos agrícolas, apresentou queda de 10,6% no VBP, que foi estimado em R$ 5,16 bilhões. A previsão de queda de 3,2% no volume a ser colhido, que deve alcançar 4,7 milhões de toneladas, justifica parte da queda. “Além da produção menor, os preços da soja também recuaram fazendo com que o VBP ficasse menor”.


Com base nos dados de fevereiro, a estimativa para o VBP do milho alcançou R$ 4,78 bilhões, variação positiva de 20,3% frente ao valor registrado em 2016. O incremento se deve à expectativa de uma colheita recorde do cereal na safra 2016/17. O milho responde por 12,9% do VBP das lavouras.

Com aumento de 10,2%, o VBP do feijão atingiu R$ 2,52 bilhões. A produção de bananas foi avaliada em R$ 1,94 bilhão, 13,1% maior que o valor registrado em 2016. Também foi verificado aumento do VBP da laranja, 22,8%, com a cultura estimada em R$ 523 milhões.

Dentre os resultados negativos, o VBP de batata-inglesa caiu 48,3%, com a produção avaliada em R$ 1,5 bilhão. No caso do tomate, a queda chegou a 32,5% e o VBP ficou em R$ 1 bilhão.

 

(Fonte: Diário do Comércio – 15/03)

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