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À venda, terminal da Odebrecht Transport em PE amplia cargas

30 de Outubro de 2018

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A Odebrecht Transport(OTP) recebeu aval do governo para ampliar o escopo de cargas que movimenta no terminal Agrovia do Nordeste, no porto de Suape (PE), para outros granéis sólidos vegetais além de açúcar. E aguarda agora aprovação para fazer investimentos de adequação no terminal, que deverão quadruplicar sua capacidade de movimentação para 2 milhões de toneladas por ano.

“Obtivemos uma autorização precária para movimentar novas cargas com a estrutura atual. Não podemos ainda fazer investimentos definitivos para movimentá-las”, disse o diretor de logística da OTP, Rodrigo Veloso.

Por ora, a estimativa é que sejam necessários R$ 79 milhões para implantação de novos silos de armazenagem com capacidade total para 30 mil toneladas e equipamentos destinados à movimentação de grãos e cereais, como soja, milho, malte, cevada, trigo e arroz. Mas o valor final do investimento deverá ser definido ao fim da análise do estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), processo que ainda levará alguns meses.

O desembolso deverá agregar valor ao empreendimento, que está na lista de ativos à venda da OTP, braço de infraestrutura da Odebrecht. Há pelo menos três interessados no negócio, entre os quais um grupo chinês e um local. De acordo com Veloso, o processo de venda da Agrovia do Nordeste e o investimento no terminal correm paralelamente, sem correlação. “Mas obviamente entendemos que essa adequação ao contrato traz valor ao projeto”, afirmou o executivo.

Segundo Veloso, quando a OTP comprou o projeto da Agrovia já imaginava o potencial do terminal para outras cargas. “Sempre olhamos como algo mais que simplesmente açúcar por conta do mercado do Norte, principalmente quando a [ferrovia] Transnordestina estiver finalizada”, disse.

Aliado a isso, nos últimos anos houve uma deterioração do mercado de exportação de açúcar na região Nordeste, com números que frustraram as expectativas de embarque da commodity agrícola. “Com esse cenário bem prejudicial e negativo para exportação, aceleramos o plano para novas cargas”, afirmou Veloso. Em 2017, o terminal recebeu a atracação de cinco navios e movimentou 51.569 toneladas de açúcar. Recebeu 2.718 caminhões e armazenou 60.720 toneladas de açúcar.

O prazo de arrendamento do terminal vai até o ano de 2037. O contrato é válido por 25 anos, contados a partir de 2012, e há possibilidade de uma prorrogação pelo mesmo período.

Valor Econômico - 29/10/18

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