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Vendas antecipadas viram alento em meio às turbulências

12 de Março de 2020

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As usinas sucroalcooleiras aproveitaram a sustentação recente dos preços do açúcar e a queda do dólar ante o real para avançar não somente na fixação dos preços da safra 2020/21, que começará em abril, mas também para a temporada seguinte (2021/22). A estratégia deverá garantir alguma remuneração no futuro, mesmo diante de um cenário mais incerto para os preços de petróleo e para o câmbio.

Nos cálculos da consultoria Datagro, já foi feito o hedge dos preços de 30% a 35% das exportações projetadas para a temporada 2021/22, um percentual acima da média dos últimos anos, segundo Plinio Nastari, presidente da consultoria. Para a próxima temporada, o percentual fixado está entre 60% e 65%, estima. “Nas últimas quatro semanas, houve oportunidades muito interessantes para os produtores com preços em níveis muito competitivos, de até R$ 1.500 por tonelada”, afirmou ele a jornalistas durante evento da consultoria em Ribeirão Preto.

A trading Czarnikow, que atualmente origina no Brasil 2 milhões de toneladas e que estima elevar esse volume na próxima safra em até 20%, acertou fixações de açúcar para a safra 2021/22 a um valor médio de R$ 1.400 a tonelada, acima dos R$ 1.300 a tonelada de preço médio fixados pela empresa para a próxima safra, afirma Tiago Medeiros, diretor da trading. Ele estima que 30% das exportações de açúcar da safra 2021/22 já foram hedgeadas, e, para a safra que vem, a proteção já chega a 80%.

Uma das que aproveitaram esse preço médio mais elevado foi a Bioenergética Aroeira, que tem uma usina em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro. A companhia já fixou entre 60% e 70% de seu açúcar para a safra 2021/22, e a preços mais remuneradores do que os acertados para a safra que começa no próximo mês. Segundo Gabriel Junqueira, CEO da companhia, o preço médio de hedge do açúcar da temporada que começa em mais de um ano está em torno de R$ 1.400 a tonelada, enquanto o valor médio que a Aroeira fixou para o açúcar da safra 2020/21 está em R$ 1.370 a tonelada.

 

Fonte: Valor Econômico -12/03

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