05 de Abril de 2018
Notícias
Na segunda quinzena de março (24/03), durante o Forum for the Future of Agriculture (FFA2018), congresso que reuniu mais de 1,7 mil participantes em Bruxelas, na Bélgica, o agronegócio brasileiro demonstrou como é possível produzir alimentos e energias renováveis com responsabilidade socioambiental e sem subsídios.
Ao visitar o estande do Brasil no evento, tomadores de decisão e representantes da sociedade civil e do segmento acadêmico de diversos países da União Europeia (UE) puderam conferir de perto as melhores práticas produtivas e as soluções do setor sucroenergético brasileiro para o futuro da agricultura e da agenda climática global.
“Foi uma ação importante para reforçar a imagem do agronegócio brasileiro e mostrar como ele é protagonista nos debates envolvendo produção e consumo de produtos agrícolas sustentáveis, como os casos do açúcar, etanol, bioeletricidade e até do bioplástico feitos de cana”, explica a assessora sênior da presidência da UNICA para Assuntos Internacionais, Géraldine Kutas, que esteve na capital belga por meio de uma parceria entre a entidade e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em projeto que promove os derivados sucroenergéticos no exterior.
Segundo a executiva, o estande do Brasil no FFA2018, organizado pela Apex-Brasil, trouxe uma mensagem importante face às discussões envolvendo a reforma da política agrícola na UE. Nos últimos anos, o cidadão europeu comum, embora continue exigindo preservação ambiental por parte da indústria agropecuária, está cada vez menos propenso a pagar subsídios por isso.
“Essa é uma situação que não ocorre em nosso País, que usa apenas 7,6% do seu território para agricultura e neste espaço produziu 238 milhões de toneladas de grãos em 2017, 38.7 milhões de toneladas de açúcar, 27 bilhões de litros de etanol, 21TW de bioeletricidade somente do bagaço e palha de cana, 20 milhões de toneladas de frutas e 15 milhões de toneladas de vegetais”, enfatiza Géraldine Kutas.
A assessora da UNICA acredita que a presença do agronegócio nacional na FFA2018 também foi relevante no contexto das negociações referentes ao Acordo Mercosul-UE. Entre os principais pontos defendidos pelos produtores brasileiros está a extinção da tarifa de 98 euros por tonelada de açúcar exportada, a adoção de uma quota de 600 mil toneladas para etanol combustível e o acesso livre do álcool industrial.
“O próprio vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, concluiu sua participação no evento exortando os europeus a resistirem à tentação do protecionismo. Para ele, o futuro da UE se baseia na abertura comercial”, observa Géraldine.
FFA
O estande do Brasil na FFA2018 também teve a participação de representantes da Embrapa, Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. Pelo governo brasileiro, destaque para a presença do secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Odilson Ribeiro e Silva.
Organizado anualmente desde 2008, o 11º FFA teve palestras de autoridades políticas de alto-escalão, entre elas a rainha da Jordânia, Noor Al Hussein, o comissário europeu de Agricultura, Phil Hogan, e a relatora especial sobre o Direito à Alimentação da ONU, Hilal Elver.
Projeto
A Apex-Brasil e a UNICA tornaram pública em fevereiro de 2008 uma estratégia para promover a imagem dos produtos sucroenergéticos no exterior, em especial do etanol brasileiro como uma energia limpa e renovável. As duas entidades assinaram um convênio que prevê investimentos compartilhados.
O projeto pretende influenciar o processo de construção de imagem do etanol e demais derivados da cana junto aos principais formadores de opinião mundial – governos e meios de comunicação, bem como empresas de trading, potenciais investidores e importadores, ONGs e consumidores.
Fonte: Unica-SP – 04/04/2018
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