06 de Julho de 2017
Notícias
A Volvo anunciou nesta quarta-feira (5) que todos os seus modelos terão motores elétricos a partir de 2019, o que a torna a primeira montadora de automóveis convencional a decretar o fim dos veículos movidos apenas por motores de combustão interna.
De 2019 em diante, ela só fabricará três tipos de carro: 1) puramente elétricos; 2) híbridos recarregáveis por meio de tomadas (plug-in); e 3) os chamados híbridos “leves”, que combinarão uma grande bateria a um pequeno motor a gasolina.
“O anúncio marca o fim dos carros movidos apenas por motores de combustão interna”, disse Hakan Samuelsson, presidente-executivo da montadora.
“A Volvo declarou que planeja vender um total de 1 milhão de carros eletrificados até 2025. E falamos sério quando fizemos essa declaração. É assim que a cumpriremos”, afirmou.
A montadora sueca foi adquirida pela montadora chinesa de automóveis Geely, em 2010.
Os novos proprietários provaram ser um catalisador na corrida para eletrificar os modelos, porque a China já lidera as vendas mundiais de carros elétricos e a Geely é a única montadora sob controle acionário chinês que produz veículos para o mercado dos Estados Unidos.
Cerca de 265 mil veículos com propulsão puramente elétrica foram vendidos na China no ano passado, ante 110 mil em toda a Europa, de acordo com dados compilados pela EV-Volumes.com.
Em termos mundial, o mercado de carros elétricos puros é minúsculo, representando menos de 1% das vendas totais de veículos no ano passado, mas está crescendo rapidamente.
De janeiro a março, as vendas mundiais de veículos plug-in —que abarcam veículos puramente elétricos e híbridos plug-in— subiram em 40%, para 191,7 mil unidades, de acordo com a EV-Volumes.com.
Se o ritmo de crescimento registrado de 2013 para cá se mantiver, em 2030 80% dos veículos vendidos no planeta serão plug-ins.
A Volvo anunciou que vai lançar cinco carros puramente elétricos entre 2019 e 2021. Três serão projetos da Volvo e os outros dois da Polestar, uma subsidiária de veículos de alto desempenho lançada no mês passado.
A partir de 2019, nenhum carro da Volvo será vendido sem motor elétrico, e os veículos de combustão interna serão “gradualmente tirados de linha”, anunciou a empresa. Ela também pretende tornar suas operações industriais “neutras em termos de efeito sobre o clima” até 2025.
TESLA
A agenda da Volvo provavelmente despertará dúvidas sobre a posição da Tesla, a montadora norte-americana de carros elétricos cujo valor em Bolsa disparou em um período no qual não havia concorrência em termos de veículos puramente elétricos.
A Tesla, que vendeu 76 mil veículos no ano passado, planeja produzir 1 milhão de carros ao ano a partir de 2020, mas seu valor de mercado, US$ 58 bilhões, já é mais alto que o da General Motors, que vendeu 10 milhões de carros no ano passado.
A Tesla vem conquistando apoio entusiástico dos investidores, que acreditam no futuro de emissão zero de poluentes projetado pelo presidente-executivo da montadora, Elon Musk.
O primeiro dos importantíssimos Tesla Model 3 —o carro que Musk espera ajude a transformar veículos elétricos de baixo custo em um objeto de desejo para as massas, em lugar de apenas um brinquedo de curto alcance para motoristas preocupados com a ecologia— deve ser entregue ao comprador neste mês, respeitando o cronograma.
Mas o anúncio da Volvo mostra que os dias da Tesla como única montadora premium de carros elétricos estão contados.
A Jaguar anunciou que seu utilitário esportivo elétrico, o I-Pace, chegará ao mercado no final do ano que vem, e a Audi começará a vender dois modelos elétricos premium em 2019, o ano em que a Mercedes lançará seu primeiro utilitário esportivo elétrico, como parte de sua nova marca EQ.
No Salão do Automóvel de Frankfurt, em setembro, a BMW deve anunciar uma versão elétrica da Série 3, sua linha mais vendida de carros.
Em 2020, as montadoras tradicionais devem ter linhas amplas de carros elétricos à venda, oferecendo alcance de cerca de 500 quilômetros, disse Michael Muders, administrador de fundos da Union Investment.
“Creio que será bem difícil para a Tesla manter sua posição, nesse mercado”, disse. “O império vai contra-atacar.”
(Fonte: Folha de São Paulo – 06/07/17)
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias