08 de Julho de 2020
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O aumento da moagem de cana e a entrada do pagamento de precatórios relacionados às ações contra o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) tiraram o grupo Zilor do vermelho na safra passada (2019/20) e contribuíram para um alívio em sua situação financeira. A companhia lucrou R$ 184 milhões na temporada, após registrar prejuízo no ciclo anterior, e ainda reduziu sua alavancagem.
Com três usinas e um negócio de ingredientes naturais no interior paulista, o grupo elevou seu faturamento em praticamente todos os produtos, e a receita líquida cresceu 15%, para R$ 2,2 bilhões.
Nas usinas, o volume de vendas cresceu tanto em açúcar como em etanol, o que foi possível com o incremento da quantidade de cana colhida e processada. “Fizemos atualização de contratos com parceiros agrícolas e melhoramos a produtividade agrícola nos nossos canaviais”, afirmou Fabiano Zilo, presidente da companhia.
Foram processadas 10,8 milhões de toneladas de cana, um aumento de 9,2%. Os fornecedores continuaram sendo os principais responsáveis pela cana processada pela Zilor e representaram quase 80% do total moído, e os contratos passaram a incluir bonificação por concentração de sacarose (ATR).
Nos canaviais próprios, o rendimento agrícola também melhorou após a companhia elevar os gastos com tratos culturais. Os investimentos em bens de capital (capex) de manutenção cresceram 15%, a R$ 301 milhões, em grande medida pela maior destinação de recursos para as lavouras. Houve ainda oferta adicional de cana adquirida no mercado spot para a Usina Quatá.
Aportes para melhorar a eficiência na indústria e processos para reduzir desperdícios também fortaleceram o resultado da Zilor, ressaltou o presidente. Os custos operacionais cresceram 5%, para R$ 1,6 bilhão, mas o unitário caiu 14%, segundo o diretor financeiro Marcos Arruda.
Na Biorigin, o segmento de ração foi afetado pela redução dos planteis de porcos na Ásia decorrente da gripe suína africana. Mas as vendas para alimentação humana, impulsionadas pela demanda e pelo câmbio - na exportação -, contribuíram para sua receita crescer 2%, a R$ 511 milhões.
O grupo ainda recebeu o pagamento do precatório, repassado pela Copersucar, com efeito no caixa de R$ 200 milhões - dos quais R$ 70 milhões foram usados para abater uma dívida. Como resultado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou 62%, a R$ 596 milhões. Ao fim da safra, a Zilor tinha em caixa R$ 1 bilhão, um aumento de 19%.
O caixa cobria com mais folga as dívidas de curto prazo do que um ano antes. Esse conforto também foi resultado de operações feitas para alongar vencimentos, como a captação de R$ 600 milhões em certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) e um empréstimo sindicalizado de R$ 560 milhões. No fim da safra, a dívida líquida somava R$ 1,8 bilhão, queda de 2,5% no ano, e representou 3 vezes o Ebitda da safra - ante 5 vezes na safra anterior.
Segundo Arruda, a Zilor quer continuar a reduzir sua alavancagem. A companhia já pediu ao Ministério de Minas e Energia (MME) autorização para emitir debêntures incentivadas e estuda recorrer ou à linha de estocagem de etanol do BNDES ou a outros bancos. E não descarta nova incursão ao mercado de capitais “quando abrir uma janela”.
Fonte: Valor Econômico - 08/07
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